“POR ALGUMAS DÉCADAS O CONTADOR FOI VISTO COMO UM “MAL NECESSÁRIO””
Autoria de Sérgio Aprobato Machado Junior – Ex-Presidente do CRC/SP
Após a Era Industrial, marcada pelos destaques da eficiência e da produtividade, a transição para o novo milênio, veio com novos conceitos, novos paradigmas, e a chamada “Era do Conhecimento”, em que vivemos atualmente valoriza a criatividade e o poder da informação.
Inserido neste contexto está o empresário e Profissional Contábil, cujo papel tem sido evidenciado na última década exatamente por se adequar perfeitamente às novas necessidades da sociedade. Considerada por muitos como a linguagem universal dos negócios, a Contabilidade tem se mostrado e sido mais facilmente percebida como um grande instrumento para o empreendedorismo, e o Contador, ao deter as informações, saber interpretá-las, utilizá-las como eficazes instrumentos de gestão, tem assumido papel fundamental para o crescimento das organizações, das economias, das administrações e das nações.
Por algumas décadas o Contador foi visto como um “mal necessário”, chamado de “darfista”, como imagem atrelada à burocracia e uma infinidade de papéis. Mas agora, volta às origens, passa a ser percebido como um profissional indispensável, criativo, versátil e estratégico.
Não há desenvolvimento que não passe ou não dependa da Contabilidade. No entanto, ao lado desta gradual valorização está uma avalanche de desafios que todo o militante da área tem de enfrentar para atender às demandas. O nosso segmento é afetado diretamente pelas transformações tecnológicas, fiscais, legislativas, econômicas e tributárias. E esta busca incessante pelo conhecimento e educação permanente passou a ser vital para a sobrevivência e o sucesso nesta área. Podemos listar entre esses desafios: a nova lei de regência, a convergência às normas IFRS, a evolução da inteligência fiscal brasileira, a implantação do Sistema Público de Escrituração Digital, o processo de certificação digital, o conhecimento do mercado de capitais, entre inúmeros outros. Mas, vale destacar que a Contabilidade no Brasil é exemplo para o mundo, os empresários e profissionais do setor estão assimilando de forma eficiente e tranqüila as Normas Internacionais Contábeis e a organização no País é diferenciada.
Inversamente ao que muitos pensam, a burocracia e o número excessivo de obrigações acessórias estão elencados na lista de entraves à atividade contábil. Com a tendência dos governos de transferir o papel de fiscalização para o próprio contribuinte, temos presenciado o aumento destas exigências fiscais, fato que nada acrescenta à categoria, ao contrário, reduz o tempo de manuseio dos dados contábeis, realização de análises e projeções, auxílio nas tomadas de decisões e direcionamento efetivo dos negócios para o desenvolvimento. Por isso sempre encampamos, em nome do empreendedorismo e da sociedade, as lutas em favor da desburocratização, da simplificação e da carga tributária.
Em 2014, comemoramos o 95º Dia do Contabilista (instituído em 25 de abril) e desde a criação do método das partidas dobradas pelo patrono Frei Luca Pacioli, por volta de 1500, a Profissão Contábil não esteve tão valorizada. O Contador do novo milênio, da “Era do Conhecimento”, é plural, tem suas competências ampliadas, é versátil e flexível a mudanças. Este é o seu momento. Esta é a oportunidade de mostrar para toda a sociedade a relevância da atividade.
Ao decifrar a linguagem internacional dos negócios, o empresário e o Profissional Contábil tem nas suas honradas mãos a chave da prosperidade profissional plena.
Campo Grande/MS, setembro de 2014
* Wilson Marques Barbosa – É Contador, Consultor e Auditor Independente, Docente aposentado da UFMS, Membro da Academia Maçônica de Letras do Estado de Mato Grosso do Sul (Cadeira Vitalícia Nº 37). Foi o primeiro Presidente do CRC/MS – Conselho Regional de Contabilidade de MS (gestão 1986/1989).
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